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Foto do escritorOsvaldo Shimoda

Quem ama, educa!


Terceirizando a educação dos filhos


Certa ocasião, uma paciente, médica pediatra, fez o seguinte comentário: “Dr. Osvaldo, antes, era a mãe que comumente trazia o seu filho ao meu consultório. Hoje, é a babá, a empregada, a avó, a tia, a cunhada, a sogra, etc.


Quando indago: - Por que a mãe não veio? A resposta é: - Ela está viajando a trabalho, está numa reunião de negócio, e, assim por diante, à justificativas. Os pais acabam, como se fala na linguagem do mundo corporativo, terceirizando a educação de seus filhos.


Os pais não acompanham os seus filhos


Outro paciente, um delegado da Polícia Civil de São Paulo, comentou comigo: - Dr. Shimoda, é comum eu ligar aos pais, e eles ficarem surpresos, quando os informo que os seus filhos – menores de idade – furtaram uma moto, carro, estavam traficando drogas com os colegas de escola. Ou quando descobrem que suas filhas sofreram abuso sexual de pedófilos, pois, estavam se comunicando com eles pela internet. Os pais não acompanham os seus filhos e, por isso, obviamente, ficam surpresos com a ligação da polícia.


Colocar limites é um ato de amor


Educar, é colocar limites, ser mais firme com os filhos, que é também um ato de amor.

Pais não são “amiguinhos” dos filhos


A bem da verdade, muitos pais são “amiguinhos” dos filhos, mas, não educam, não passam valores.


Os pais como modelos, exemplos, para os filhos


Os pais, muitas vezes, não prestam atenção em suas atitudes, pois os filhos de forma inconsciente, costumam reproduzir suas atitudes, comportamentos em suas vidas.


Certa ocasião, uma paciente me disse: - Dr. Osvaldo, eu disse às minhas filhas (uma tem 14 anos e a outra 12 anos) que não sou a “amiguinha” delas do colégio, e, quando cobro às suas obrigações de lavar à louça, arrumar suas camas, fazer faxina, o meu marido me chama de “sargentona”, fazendo todos os gostos delas, mimando-as. Por isso, elas me veem como “uma bruxa” e o meu marido o “amigão” delas.


Vou relatar a seguir, uma relação bastante conflituosa entre pai e filho.



Caso clínico: Por que o meu filho me agride?

Homem de 50 anos, casado, e um filho de 16 anos.

 

Pai apareceu em meu consultório com a boca ensanguentada


Ele trouxe o seu filho adolescente ao meu consultório. Ao abrir à porta, vi uma cena que me chocou, pois vi a boca toda ensanguentada do pai do garoto. Eles entraram e fui até à geladeira da cozinha de minha clínica, pegar cubos de gelos, e os coloquei num pano para fazer compressa em sua boca. Em seguida, eu lhe indaguei o que havia acontecido com à sua boca?


Filho esmurrou o pai


Ele me respondeu: - Esse é o motivo que eu trouxe o meu filho para fazer essa terapia. Ele costuma ser muito violento comigo. Moramos em Sorocaba (interior de São Paulo) e não conheço direito à capital. Vindo ao seu consultório, num trecho da rodovia, ele falou para eu entrar à direita, eu me confundi, e acabei entrando à esquerda. Ele me deu um murro na boca.


Terapeuta: - Por que você esmurrou o seu pai? – Perguntei ao filho.


Paciente: - Falei para ele entrar à direita, mas, entrou à esquerda. Por isso, acabamos nos perdendo na rodovia e nos atrasamos aqui na consulta. Ele só faz cagada!


Terapeuta: - Mas isso não justifica você ter agredido o seu pai!


Demos início à nossa sessão de regressão (o seu pai também estava presente na sala), o paciente me relatou: - Estou vendo uma cena de uma vida passada – sou camponês, estou com um machado cortando às lenhas, pois, faz muito frio, é um inverno muito rigoroso, preciso estocar as madeiras para aquecer à minha casa.


Paciente como pai na vida passada, espancava o filho


Eu moro com o meu filho de 7 anos, sou viúvo. Sou calado, fechado, não sou de falar muito e quando bebo fico violento e acabo espancando o meu filho, quando ele me contraria. Por isso, ele tem medo de mim. (pausa).


O mentor espiritual do paciente se manifestou no consultório


Agora, aqui no consultório, estou vendo um senhor de barba, bigode, usa uma túnica branca...


Diz que é o meu mentor espiritual. Ele está falando que foi ele que me mostrou essa cena de minha vida passada.


Papeis sociais invertidos


Revela, que o meu filho dessa existência passada é o meu pai atual. Viemos, hoje, com os papéis invertidos, para um aprender com o outro.


Terapeuta: - O que um precisa aprender com o outro?


Paciente: - Ele me diz que, hoje, eu vim como filho para entender, sentir na pele, o que é ser um filho, pois, naquela vida passada, como pai, eu não entendia o meu filho.

 

Paciente, hoje, como filho, ainda age como àquele pai da vida passada


O meu mentor espiritual está me dizendo: - Você naquela existência passada, era um pai sem paciência, muito austero e violento. Hoje, vindo como filho, ainda age como àquele pai violento.

 

Cada um em seu respectivo papel


Lembre-se: Você, hoje, veio como filho para aprender e sentir o que é ser um filho? Então, aja e se coloque como filho!


Quanto ao senhor (ele estava se referindo ao pai) aprenda e aja como pai, colocando limites ao seu filho. Dê amor, mas, seja firme com ele, faça-se respeitar. Precisa superar o medo que ainda sente por aquele pai austero daquela vida pretérita. Comporte-se como pai e não mais como filho! 


Se cada um, agir e desempenhar em seus respectivos papéis, ambos, irão aprender e crescer muito.


Conclusão:


A Terapia foi de grande valia para o pai e o filho!

Após o término da terapia, o pai entrou em contato comigo, dizendo que essa terapia foi de grande valia para ambos, pois, tanto o pai e o filho, passaram a se respeitar porque entenderam a mensagem do mentor espiritual do filho.



Quem ama, educa!

 

 

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