Num artigo anterior “Terapia médica e Terapia espiritual: Por que dividir se podemos somar?” enfatizei a importância da ciência médica e psicológica (psiquiatria e psicologia) caminharem lado a lado com a espiritualidade. Mas por quê?
Porque o materialismo científico com sua cegueira espiritual desconsidera o aspecto espiritual das doenças e, com isso, tornou-se excessivamente materialista vendo o ser humano dentro de uma ótica puramente organicista, reduzindo-o apenas a um fenômeno físico-químico.
Por outro lado, a religião, dissociada da ciência, tornou-se dogmática, mística, desconsiderando os recursos científicos e tecnológicos da medicina em seu tratamento das várias doenças orgânicas com sucesso através de seu arsenal terapêutico, curando-as ou minimizando-as.
No entanto, há muitas doenças que a medicina não consegue curar por se tratar de transtornos de origem espiritual – são enfermidades da alma – portanto, mais complexas, pois ainda não são diagnosticadas usualmente pela ciência médica e psicológica.
Sendo assim, o século XXI exige tanto da medicina quanto da religião, um trabalho de parceria, isto é, o homem científico terá que ampliar sua visão fria do materialismo científico, tornando-se mais humano e espiritualizado e o homem religioso precisará se despojar da ortodoxia dogmática, aceitando e apoiando as conquistas científicas da medicina oficial.
Desta forma, para se curar uma enfermidade há que se considerar dois aspectos da doença: as doenças orgânicas propriamente ditas – as chamadas doenças situacionais ou circunstanciais – onde a medicina clássica dispõe de todos os recursos para tratá-las e curá-las e as doenças mais complexas de origem espiritual ou cármica, decorrentes de erros cometidos em vidas passadas, que se refletem no corpo físico, podendo evoluir com febres, dores, inflamações e outros sintomas orgânicos.
Eu me recordo de uma paciente que atendi em meu consultório que sofria de vaginite (inflamação da vagina). Apesar de tomar remédios anti-inflamatórios e de ter passado por vários especialistas, o ardor vaginal persistia. Ao passar pela TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual, abordagem terapêutica que busca unir a ciência psicológica com a espiritualidade, criada por mim em 2006, seu mentor espiritual lhe revelou que a causa de seu ardor vaginal era de origem espiritual, isto é, ela estava sofrendo de ataques espirituais (obsessores espirituais) de crianças que ela abortou em uma vida passada.
Veja a seguir, o caso de outra paciente que me procurou por não conseguir engravidar por ter sido numa existência passada uma mãe negligente, que não valorizava seus filhos, rejeitando-os.
Caso Clínico: Dificuldade de engravidar
Mulher de 30 anos, casada.
A paciente veio ao meu consultório querendo entender por que não conseguia engravidar, apesar de ter tentado de tudo. Sempre trabalhou e teve seu dinheiro, mas estava desempregada e dependia do marido, e isso a deixava muito angustiada e depressiva. O fato de estar desempregada a fazia sentir humilhada e envergonhada.
Mandava currículos nas empresas e quando a chamavam, não dava certo (não era a primeira vez que estava desempregada, não conseguia se firmar nos empregos, pois sempre a mandavam embora).
Acordava de madrugada pensando em sua vida e, com isso, dormia mal, pois o que a deixava depressiva era a falta de perspectiva por não conseguir arrumar um emprego e ter um filho. Era muito insegura, tinha baixa autoestima, sentimento de inferioridade – sempre achava que os outros eram melhores que ela. Por conta de sua insegurança, não conseguia também dirigir, tinha muito medo.
Sua mãe sempre foi autoritária, repressora e desqualificadora, nunca a tratou – e sua irmã também – com carinho, e seu pai era ausente. Mãe desestimulava suas ações e de sua irmã comparando-as com a prima, falando que as duas não prestavam.
Por último, queria saber qual era seu verdadeiro propósito, missão de vida, e seu principal aprendizado, lição maior de vida.
Após passar por duas sessões de regressão, na 3ª sessão, a paciente me relatou: “Vejo uma fazenda, um casarão bem bonito com gramado, bois e vacas. Têm alguns negros… É uma vida passada, acho que estamos no tempo da escravidão. Moro nesse casarão, sou casada, estou num quarto parindo uma criança.
A parteira e algumas mulheres estão comigo. Meu pai e esposo estão de fora. Faço força para a criança nascer… Agora me vem à imagem da parteira me dando a criança, é uma menina. Meu marido fica feliz, meu pai também, e ele me diz: – Pena que não é um menino para seguir os negócios da família. Ele bate no ombro de meu marido, tem um relógio de bolso, fuma charuto, e diz: – Vocês ainda vão ter muito filhos!
Ao mesmo tempo em que estou feliz, sinto uma insatisfação de ser mãe. Os criados estão felizes com o nascimento de minha filha. Vejo a minha camisola suja de sangue do parto e agora estou amamentando minha filha.
Penso que não era essa vida que queria, nunca imaginei tendo uma filha, e agora estou sendo pressionada a ter um filho homem. Vejo um homem negro – escravo que trabalha na fazenda – acena para mim pela janela do quarto e vou até ele mostrar o bebê. Ele segura uma enxada na mão e me diz: – É tão bela quanto você!
Uma mulher entra no quarto e me fala: – Deixa de conversa fiada e vai amamentar sua filha. Ela é branca, é a minha mãe dessa vida passada. Diz que não quer me ver de conversa fiada com os empregados. Choro e penso: – Nem bem casei minha vida mudou, sou muito nova e já tenho uma filha. Eu me sinto oprimida, insatisfeita com o nascimento de minha filha.
Minha mãe é baixinha, cabelos curtos, é uma pessoa fechada, sem carinho. Vejo agora o meu marido saindo a cavalo com um grupo de homens e eu com a criança.
Meu marido é voltado para os negócios – plantação de café – é um pouco ausente, a criação da criança fica toda comigo. A minha filha cresceu, já está engatinhando e faço tricô sentada na cadeira. Estou grávida de novo, o tricô é para o meu próximo filho, acho que vai ser um menino. As pessoas me falam: – Espero que, desta vez, seja um menino. Minha filha chora e a pego no colo. Eu me sinto angustiada com a nova gravidez”.
Na 4ª sessão, a paciente me relatou: – Eu vejo um jardim, um gramado verde, bonito, no fundo tem um lago com árvores (ela estava descrevendo o plano espiritual de luz). Aparece um homem negro, alto, sorriso bonito, usa uma calça folgada, branca, camiseta também branca e está descalço… Eu o reconheço: é aquele escravo que trabalhava na fazenda daquela vida passada, que segurava uma enxada, e que acenou pela janela de meu quarto e lhe mostrei o bebê, a minha filha.
Acho que ele é o meu mentor espiritual. Ele pegou a minha mão e me leva até o banco e a gente senta. Ele sorri e me esclarece que a dificuldade de engravidar na vida atual é porque naquela existência passada eu não soube valorizar os meus filhos, eu os rejeitei por conta de minha insatisfação, joguei neles a minha frustração, mas que terei uma segunda chance de me redimir e dar muito amor aos meus futuros filhos, sendo, desta vez, uma verdadeira mãe.
Fala que fui uma mãe largada, não dava carinho aos meus filhos, pois meu grau de insatisfação era tão grande em razão de meu egoísmo, que não conseguia ver o lado bom de ter filhos. Ficava só pensando que se não tivesse filhos seria feliz.
Por isso, hoje estou com dificuldade de engravidar, e isso está me ensinando que ser mãe não é só ter um filho na barriga. É para me conscientizar que ser mãe é desde o planejamento. O sofrimento de não conseguir engravidar está me ajudando a me tornar uma mãe que irá valorizar a gravidez, o ato de ser mãe.
Diz que tinha que aprender isso da pior forma para entender o que é o amor de uma mãe para com o filho. Por isso, o meu mentor espiritual tem certeza que serei uma mãe muito mais presente e mais amorosa com os filhos, e que saberei valorizar a união da família. Fala que mãe é a matriz da família, é a base onde se constrói um lar de felicidade. Esclarece ainda que naquela vida passada eu só pensava nos meus problemas, pois era egoísta e imatura. Revela que dentro em breve estarei grávida; por isso, pede para não me desanimar nas tentativas frustradas de engravidar, que sabe que hoje está sendo muito doloroso tanto para mim quanto para meu marido eu não conseguir engravidar. Pede para ter calma e serenidade, que as coisas vão começar a acontecer”.
– Pergunte ao seu mentor espiritual por que até hoje você não conseguiu se firmar num emprego?
“Fala que é porque tenho que trabalhar a minha humildade e orgulho, aprendendo a me doar mais para as pessoas”.
– De que forma você pode se doar mais?
“Diz já estou no caminho certo porque frequento um centro espírita e estou vendo o lado mais humano das pessoas, sendo mais generosa. O meu mentor espiritual afirma que gostou de eu ter feito a doação das sacolinhas de natal e também por ter colaborado com alimentos não perecíveis e roupas à população de Mariana (cidade de Minas Gerais onde ocorreu a tragédia ambiental provocada por uma mineradora, a Samarco).
Fala que só no sofrimento que consigo sair da zona de conforto para me tornar uma pessoa melhor. Diz ainda que terei grandes méritos em minha vida se continuar agindo dessa forma. Revela que meus filhos vêm para me ensinar a paciência, que é algo que me falta”.
– Pergunte-lhe qual é o seu principal aprendizado?
“É deixar de ser orgulhosa, ter mais humildade, trabalhar mais a paciência e ser mais decidida, menos insegura”.
– Pergunte ao seu mentor espiritual o que ele tem a lhe dizer de sua mãe?
“Fala que minha mãe veio para trabalhar seu jeito autoritário, mas ela não soube; por isso, eu e a minha irmã viemos para ensiná-la. A minha irmã – através de seus filhos -está ensinando a minha mãe como deveria ter sido a nossa criação com base no respeito, carinho, atenção, que ela só está aprendendo isso agora. Diz que a minha missão e de minha irmã é tirar a armadura de minha mãe para ela se tornar uma pessoa mais leve, suave e menos opressora e autoritária”.
Na 5ª e última sessão, a paciente me disse: “Vejo a imagem iluminada de meu mentor espiritual. Ele me entregou meu futuro filho, enrolado num manto… Eu me vejo segurando-o, olhando seu rosto (paciente fala chorando).
Ele sabe que quero o meu emprego, mas diz que agora a minha prioridade é me tornar uma boa mãe, que na hora certa o Astral vai trabalhar para eu conseguir o meu emprego. Diz ainda: – Estamos testando a sua paciência. Seu marido está aí para te apoiar; é por isso que nesse momento você não arruma emprego porque a gente acha que não é necessário você trabalhar para custear sua casa.
Fala que o Astral está nos ajudando, pois meu marido recebeu um prêmio monetário na empresa onde trabalha por sua dedicação e empenho.
Meu mentor espiritual só pede para me manter calma, que tudo será acertado, pois na atual situação o trabalho para mim é secundário, que a prioridade atual é ser mãe. Por isso, fala que quer me ver focada nessa missão de ser mãe.
Afirma que o meu medo de dirigir carro não vem de uma vida passada, mas da vida atual porque a minha educação foi na base do medo, mas diz que sou livre, que vou conseguir dirigir.
Ele me assegura que vai estar do meu lado quando for dirigir, dando apoio e coragem. Sabe que dirigir um carro requer prática, mas que o apoio espiritual irá me dar coragem para dirigir, que aos poucos a minha insegurança irá embora”.
– Pergunte-lhe de onde vem sua baixa autoestima, insegurança, sentimento de inferioridade?
“Diz que é devido ao autoritarismo de minha mãe, que o excesso de cuidado e autoritarismo dela tornou a mim e a minha irmã inseguras e frágeis”.
– Como você pode superar esses problemas?
“É vendo o lado positivo da vida e não esmorecer com os problemas aparentes. Diz que penso o contrário, mas esclarece que esses problemas estão lapidando o meu espírito, que desta forma vou saber enfrentar os percalços da vida, tornando-me uma pessoa mais madura, decidida, dona de mim mesma, sem ter que ficar toda hora perguntando às pessoas. Pede para não se esquecer dele, nem com a ligação com o Astral, que ele sempre estará de meu lado, embora não vou poder vê-lo.
Diz que somos uma equipe, que ele também como meu mentor espiritual tem uma missão, que é me ajudar; por isso, vai estar sempre comigo me ajudando, que ele também aprende me ajudando, pois todos estamos em constante movimento no universo. Reafirma que meu filho virá logo, pede para que cuide dele com todo o amor que tenho em meu coração.
Diz que enquanto eu continuar ligada com o Astral, com a fé que tenho, ele conseguirá manter contato comigo através de minha intuição e nos meus sonhos”.
– Você quer lhe fazer uma última pergunta?
“Só quero agradecê-lo, que ele continue me intuindo, me orientando e abençoando a minha família. Ele pede para confiar nele e que se me sentir desestruturada é só firmar o meu pensamento nele e no Astral, que assim eles vão poder me auxiliar”.
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