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Foto do escritorOsvaldo Shimoda

Buscando a luz do médium

Você já deve ter visto aqueles insetos alados parecidos com formigas (aleluias) que ficam voando ao redor das lâmpadas atraídos por sua luz em noites quentes.

Da mesma forma, há médiuns que atraem seres espirituais das trevas que vêm em busca de sua luz. Esses médiuns já vêm com os canais mediúnicos abertos, pois receberam uma preparação em seu corpo espiritual (perispírito ou corpo astral) no plano espiritual antes de reencarnarem para exercerem sua mediunidade.

Mas por quê?

Porque a mediunidade é uma oportunidade de evolução e reparação de erros cometidos no passado, isto é, por terem prejudicado às pessoas e, por conta disso, precisam ajudar os espíritos desencarnados perdidos que ficam vagando. A maioria deles não sabe que estão “mortos”, desencarnados, pois, quando em vida, não acreditavam na vida após a morte, achavam que quando se morre acaba tudo, é o fim, perde-se a consciência. Portanto, esses médiuns assumiram o compromisso no plano espiritual – antes de reencarnar – de exercerem sua mediunidade para saldar seus débitos cármicos de prejuízos causados numa vida pretérita a muitas pessoas – encarnados e desencarnados.

Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social, moral ou religião que se abrace, mas, mal orientada, principalmente, em médiuns bem aflorados e apurados, podem acarretar problemas sérios em suas vidas. É o caso de uma jovem de 18 anos que me procurou junto com os seus pais, por conta de suas crises de pânico, com medo intenso de morrer.

Caso Clínico: Medo intenso da morte

Mulher de 18 anos, solteira.

A paciente veio ao meu consultório querendo entender por que aos nove anos teve uma crise de pânico no corredor de um supermercado, onde estava acompanhada de seus pais. De forma súbita, veio em pensamento o medo da morte, que iria morrer. Gritava, chorava, dizia aos pais que não queira morrer, pensava que um dia iria morrer, e isso a deixava muito angustiada. Ainda no supermercado, imaginava estar numa escuridão que para ela seria a própria morte, que havia acabado tudo.

Depois da 1ª crise de pânico, teve sucessivas crises, com medo da morte. Seus pais resolveram levá-la ao psiquiatra e ele lhe prescreveu rivotril (ansiolítico, tranquilizante). Buscaram também a ajuda de uma psicóloga, porém, não parou de ter as crises de pânico, o medo mórbido de que iria morrer.

Quando criança estava dormindo na cama de seus pais e viu duas sombras (espíritos das trevas) na parede. Mesmo depois de adulta, quando estava quase dormindo à noite viu também um ser espiritual das trevas subindo em sua cama. Não conseguia mexer seu corpo e ficou com medo de abrir os olhos.

Por último, queria saber por que era muito insegura, dependente de seus familiares (pai, mãe e irmã), ansiosa, preocupada, sofria por antecipação, baixa autoestima, perfeccionista e detalhista.

Na 1ª sessão de regressão, a paciente me relatou: “O senhor pediu para descer a escada (recurso técnico que sempre utilizo nessa terapia para facilitar que o paciente aprofunde em seu relaxamento), mas estou subindo porque tem um homem (ser desencarnado de luz) no topo da escada”.

– Como ele é?

“Não o vejo nitidamente, mas tenho a impressão, sensação que usa um manto branco, é alto, moreno, e aparenta ter uns 27 anos… É a mesma pessoa que vi em meus sonhos, onde só vi seu rosto. Mas hoje tenho a impressão que o seu corpo aparece inteiro (paciente fala chorando). Estou muito emocionada, ele passa muita paz, tranquilidade e confiança”.

– Pede para ele se identificar.

“Diz que o seu nome é João, e que é o meu mentor espiritual. (pausa).

Eu lhe perguntei se tinha certeza que era o meu mentor espiritual mesmo. Ele me responde que sim, pede para não duvidar, é para acreditar”.

– Pergunte se ele tem mais algo a lhe dizer?

“Fala novamente para eu acreditar, que vai dar tudo certo porque ele sabe que eu duvido. Afirma que perdi muito de minha fé, que é para resgatá-la, pois estou faltando muito nisso, que para eu evoluir preciso cultivar a fé”.

– Como você é de duvidar, é uma pessoa cética, pergunte ao seu mentor espiritual como você pode saber se essa comunicação que está tendo com ele não é uma imaginação, fantasia de sua mente?

“Diz que venho fechando a minha mente e o meu coração à questão espiritual, mas afirma que no fundo eu acredito em tudo isso, que essa conversa é verdadeira.

Pede para não ter medo dele ou mexer com o lado espiritual, que se abrir o meu coração nada de ruim vai acontecer. Ele sabe que tenho medo de lidar com a espiritualidade, que como eu é muito comum as pessoas cultivarem o preconceito, a desinformação, e daí o medo em lidar com esse assunto. Fala que como tenho medo de aceitar tudo isso, acabei deixando a minha fé.

Fala ainda que apesar de ter tido todas as crises de pânico, o medo de morrer, desde criança nunca deixei de rezar, e que agora não deveria desistir. Pede para voltar a rezar todas às noites novamente como fazia quando criança”.

Na 2ª sessão de regressão, ela me disse: “Tem um ser espiritual aqui no consultório – não o vejo, mas vem em forma de impressão, sensação (intuição). Tenho a impressão que ele está segurando os meus pés. Apesar de vê-lo como um vulto escuro tenho a impressão que é um homem. Ele é muito feio, usa um manto preto e tem olhos vermelhos ( o leitor já deve ter ouvido falar na expressão “sangue nos olhos” quando uma pessoa tem muito ódio; por isso, os seres espirituais das trevas irados podem aparecer ao paciente com os olhos avermelhados).

Ele está com muita raiva e me diz: – Você não me ajudou!

Vejo uma praia deserta, o mar, período da tarde, nublado. Além de mim tem outra pessoa no mar, somos homens, a gente está brincando, nadando. É uma cena de minha vida passada… Ele agora está gritando, prendeu seus pés nas pedras, tento ajudá-lo, mas a gente está no fundo do mar e vêm muitas ondas. Tento ajudá-lo, mas também estou quase me afogando. Ele grita muito, sente dor, digo-lhe que vou procurar ajuda. Ele pede para ajudá-lo, mas estou quase me afogando… Bati o meu braço numa pedra, acho que fraturei o meu braço. Nado de volta à praia com muita dificuldade e quando olhei para trás, não consegui mais vê-lo. Eu me sinto culpado, consegui sair do mar e avisar o pessoal de minha aldeia, mas não conseguimos encontrá-lo”.

– O que esse homem era de você nessa vida passada?

“Ele não era o meu parente; na verdade, era também um morador da aldeia. Ele está bravo aqui no consultório, seus olhos vermelhos brilham, eu lhe peço perdão, mas ele não aceita, quer que eu pague pelo que fiz. Digo que não tive culpa, que os pés dele estavam presos nas pedras”.

– Pergunte se ele sabe quando foi essa vida passada?

“Diz que foi há 300 anos, repete várias vezes, diz ainda que veio me acompanhando esse tempo todo, mas fala que é a primeira vez que estou aberta, receptiva para conversar com ele. Fala que o seu nome é Marithon, e que vivemos na Bélgica”.

Em seguida, fizemos a oração do perdão para esse ser das trevas, emanando-lhe a luz dourada, o amor de Cristo. Após isso, a paciente me informou: – Ele está meio assustado, toda a raiva que sentia por mim sumiu, a fumaça preta (corpo espiritual do obsessor espiritual) está tomando uma forma humana como era antes de morrer afogado… O meu mentor espiritual aparece aqui no consultório, atrás do divã, onde estou deitada, e junto com ele estão presentes dois outros seres de luz que dizem que vão levá-lo à luz, cuidar dele… O meu obsessor espiritual está me agradecendo, pede desculpas por estar comigo há tanto tempo. Diz que estava com muita raiva de mim.

Agora, os dois seres de luz falam que precisam levá-lo à luz. O meu mentor espiritual me diz que é a primeira vez que estou me abrindo a uma experiência espiritual, que em várias encarnações eu era uma pessoa cética, incrédula, não acreditava em vida após a morte, vidas passadas.

Fala que numa das minhas existências anteriores morri muito velhinha, mas que após minha morte física não tinha consciência que havia morrido, pois, quando em vida achava que não existia vida após a morte, acreditava que morrendo era o fim de tudo, que a gente deixava de existir, perdia totalmente a consciência.

Por isso, ele explica o porquê aos nove anos tive a primeira crise de pânico, o medo intenso de morrer, diz que vem dessa vida passada em que não acreditava na vida após a morte; por isso fui parar nas trevas, na escuridão”.

Na 3ª sessão, ela me disse: “Tenho a impressão que há três seres espirituais das trevas aqui no consultório… Eles acham que aqui é um restaurante por causa da luz que a entrada do consultório emana. Eles dizem que me viram entrando no consultório e acreditam que a luz do consultório é a placa de néon de um restaurante”.

– Pergunte se eles sabem que estão “mortos”, que estão desencarnados?

“Dizem que não estão mortos, que vieram aqui para comer; na verdade, é um homem, uma mulher que segura uma criança no colo, mas ele não tem nada a haver com a mulher, não são marido e mulher, não se conhecem.

Apenas me viram entrar no consultório e resolveram também entrar. Mas quando perceberam que aqui não é um restaurante, a mulher ficou assustada e o homem está desconfiado, querendo ir embora, está inquieto, falo para eles não irem embora”.

– Pergunte ao homem se ele já ouviu falar no plano espiritual de luz?

“Diz que já ouviu falar, mas que nunca viu”.

– Fale que se ele pedir aos seres amparadores de luz lhe mostrar como é o plano de luz irá ver. Ele diz que vai pedir. (pausa).

Ele fala que está vendo uma vila, uma casa do lado da outra, pessoas andando, todos vestidos de branco. Diz que vê muita luz nesse lugar, a ponto de ofuscar sua vista (ele estava descrevendo o plano espiritual de luz, uma colônia espiritual)”.

– Pergunte como ele se sente vendo o plano de luz?

“Diz que é lindo e calmo”.

– Fale que se ele quiser ir para esse lugar é só pedir aos seres amparadores de luz.

“Diz que quer e a mulher também está querendo ir… Agora tive a impressão de ter visto os três sendo levados por seres de luz bem iluminados, subindo em direção a uma Luz maior… Estou novamente no topo daquela escada, junto com o meu mentor espiritual. Ele me revela que sempre ouve as minhas preces à noite”.

Na quarta e última sessão, a paciente me falou: “Meu mentor espiritual já está aqui, não o vejo, só tenho a impressão que ele está aqui no consultório. Ele me diz: – Bingo!

Ele diz que ouviu a gente conversar (é comum – antes da regressão – eu conversar com os pacientes acerca da sessão anterior, do que eles vivenciaram) e afirma que é pelo meio da intuição que eu o sinto; por isso, sabe que não o vejo, não o escuto nitidamente, mas que vem tudo intuitivamente, em forma de impressão.

Mas está muito feliz porque estou me abrindo às experiências espirituais, que estou aceitando mais a espiritualidade. Sinto dor bem no meio da testa, entre as sobrancelhas, e isso me incomoda. Diz que é o meu chacra frontal do terceiro olho (é o que os hindus chamam de ajna, a visão extrasensorial do terceiro olho, da intuição, sexto sentido), que ele está sendo ativado.

Eu lhe pergunto por que dói tanto?

Diz que é porque no terceiro olho entram tanto energias boas quanto às ruins. Fala ainda que vim nesta encarnação para reparar meus erros de outras vidas já que errei muito, prejudiquei muita gente. Por isso, vim para compensar meus erros ajudando às pessoas, que sou médium, por isso atraio muitos seres das trevas que vêm em busca de minha luz. Afirma que tenho que aceitar minha mediunidade, que é a minha principal missão, que tenho capacidade de ajudar esses seres espirituais que estão perdidos, como fiz na sessão passada com aquele casal e a criança, encaminhando-os à luz.

Esclarece que as minhas crises de pânico, meu medo de morrer, só vão melhorar quando estudar e exercitar minha mediunidade e estar sempre em oração. Pede para não ficar assustada com essa revelação. Revela ainda que aos nove anos no supermercado ele abriu a minha mediunidade, junto com outros seres de luz.

Aquela época, diz que foi o início da abertura de minha mediunidade, por isso comecei a sentir a presença de seres espirituais perdidos. Na verdade, eles estavam buscando a minha ajuda para encaminhá-los à luz. Eu questiono o meu mentor espiritual que aos nove anos de idade eu ainda era muito criança, era muito cedo para ajudar os seres espirituais perdidos. Ele me responde: – Ué, você que escolheu lá no astral – antes de reencarnar – essa idade para abrir sua mediunidade.

Novamente lhe interpelo dizendo: – Mas o senhor não me disse que escolheu abrir a minha mediunidade junto com outros seres de luz?

Ele me responde: – Lá no astral você era muito teimosa, você me disse que com nove anos estaria pronta para exercer sua mediunidade, mas eu não concordei.

Fala que em todas as encarnações, nunca acreditei no mundo espiritual, que existe vida após a morte. Desta forma, como sempre fui incrédula, hoje um dos meus desafios é trabalhar com a espiritualidade e aprofundar minha fé.

Diz que estou conversando com ele por intuição, que é o jeito mais difícil de acreditar que estou realmente conversando com um ser espiritual, pois, na intuição, você não escuta de fora para dentro um ser espiritual, mas, sim, em pensamento, em impressão.

Então, fica mais difícil acreditar que estou realmente conversando com ele. Diz ainda que os relatos dos pacientes que o senhor compartilhava comigo antes de começarmos a regressão de memória para que eu pudesse me inteirar mais da espiritualidade, me esclareceu melhor foi providencial porque me ajudou a abrir mais a minha mente; por isso, ele agradece ao senhor.

Revela ainda que antes de reencarnar eu pedi aos espíritos superiores ter a minha luz propositadamente para atrair os espíritos perdidos, que ficam vagando e ajudá-los.

Pede para não ter medo deles, que eles não fazem mal, que posso conversar com eles sempre que precisar. Fala que não preciso trabalhar como médium no centro espírita, que pela minha missão eu mesmo posso encaminhá-los para a luz, que ele irá me ajudar”.

– O que o seu mentor espiritual tem a lhe dizer de sua baixa autoestima, insegurança, falta de autoconfiança?

“Esclarece que é um meio para eu evoluir, que esses problemas estão me ajudando a evoluir. Em relação à dependência que tenho de meus familiares, diz que preciso deles para me revitalizar, por conta dos seres das trevas consumirem a minha energia, bem como me sentir mais segura. Ele me diz que seria interessante para aprofundar sobre a espiritualidade eu fazer seu curso de formação de terapeutas em TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) – A Terapia do Mentor Espiritual – abordagem psico-espiritual breve, criada por mim em 2006.

Diz ainda que nessas sessões de regressão ele teve a permissão de me dar várias informações, que mais para frente vou ter a necessidade de buscar novamente essa terapia. Ele agradece ao senhor por ter sido uma ponte entre nós, por ter nos ajudado”.


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