"Os psiquiatras geralmente não pensam em termos religiosos e eu, em especial, relutava muito em fazer isso. Teria evitado a palavra fé se ela não tivesse surgido espontaneamente, durante o meu estudo sobre a natureza da depressão.
Fui forçado à conclusão de que o paciente deprimido é uma pessoa sem fé. Quando ocorre uma perda de fé, as pessoas parecem perder também o desejo e o impulso de se lançarem na vida.
Sentem que não há nada para se buscar, nada porque lutar. E, como os meus pacientes deprimidos, sua atitude extrema é: "Pra quê?". A pessoa que não tem fé não pode amar, e, a pessoa que não pode amar, não tem fé.
As pessoas fortes têm fé e as pessoas que têm fé, são fortes. Nossa única salvação, está na fé".
- Alexandre Lowen (“O corpo em depressão - As bases biológicas da fé e da realidade”). Concordo plenamente com as colocações desse famoso psiquiatra, criador da bioenergética, discípulo de Reich, notável por sua seriedade e postura científica.
A conclusão em seus estudos de que o paciente depressivo é uma pessoa sem fé, e que a única salvação está na fé, vai de encontro também com a minha prática clínica em meu consultório.
Na Terapia Regressiva Evolutiva (T.R.E.) - A Terapia do Mentor Espiritual - abordagem psicológica e espiritual breve criada por mim em 2006, a fé naquilo que o paciente traz como conteúdo das sessões de regressão, bem como as experiências espirituais que ele vivencia, são fundamentais para o êxito do tratamento.
É lamentável que a maioria dos intelectuais, ainda refletindo um condicionamento academicista restritivo e preconceituoso, sorria debochadamente, desqualificando a importância da fé em nossas vidas.
Por isso, para ter fé é preciso descer do pedestal, cultivar a doçura no coração, a humildade, com uma visão receptiva e de verdadeira entrega.
É preciso entender também que a fé é uma convicção visceral profunda, sentida internamente, não explicada racionalmente; apenas pode ser experienciada pela pessoa. Por isso, costumo dizer que a fé só se torna certeza através da vivência, da experiência.
Esse é o convite que faço aos meus pacientes, quando na entrevista inicial de avaliação, eles me perguntam se existe mesmo o mentor espiritual, se todos possuem um mentor espiritual (ser desencarnado, diretamente responsável pela nossa evolução espiritual).
Por nos conhecer profundamente, pois vem nos acompanhando em várias encarnações, o mentor espiritual é a pessoa mais indicada e com mais autoridade para orientar o paciente em relação à causa de seus problemas, bem como sua resolução.
E o meu papel enquanto terapeuta é procurar abrir o canal de comunicação entre o paciente e o seu mentor espiritual. Mas para que eu possa abrir esse canal de comunicação, é preciso que o paciente esteja aberto, receptivo para se comunicar com o seu mentor espiritual.
Nunca é demais ressaltar que uma pessoa de mente fechada é incapaz de aprender qualquer coisa nova. No ocidente, costuma-se falar mal de uma pessoa rotulando-a de "cabeça oca" quando não tem conteúdo, não é inteligente, ou é avoada. No entanto, no oriente este é o maior elogio que se pode fazer a alguém, pois, para se aprender algo de novo é preciso esvaziar a mente de preconceitos, de ideias preconcebidas a respeito de algo.
Só assim, estaremos capacitados para a arte de ouvir e aprender realmente.
Na Terapia Regressiva Evolutiva (T.R.E.) – A Terapia do Mentor Espiritual é preciso usar muito a intuição para se identificar, perceber a realidade espiritual, pois o paciente terá que ver com os "olhos" de seu espírito. Não é por acaso, que as grandes descobertas surgiram quando os cientistas estavam com a mente aberta, relaxada e receptiva.
As práticas meditativas têm por objetivo transcender o ego (mente racional), ou seja, silenciar as argumentações do ego para entrar em contato com o seu Eu Superior (alma, espírito) e buscar o equilíbrio interno, a sabedoria de seu Eu Divino.
Assim, também, ocorre com a T.R.E. Em estado alterado de consciência, em alfa ou teta (transe hipnótico leve e médio, mas sempre consciente), o paciente entra em contato com o seu mentor espiritual. Vou contar uma estória da filosofia Zen: - Certa ocasião, um professor catedrático, procurou um mestre Zen, para que lhe explicasse o que era a filosofia Zen.
Então, no cerimonial do chá, começou a encher a xícara do visitante. Embora a xícara estivesse cheia, o mestre japonês continuou a enchê-la, transbordando-a de chá. Não contendo, o professor o interpelou, dizendo: "Mestre, a xícara já está cheia!".
O mestre respondeu: "Assim como essa xícara, se você também estiver com a cabeça cheia de conceitos e preconceitos, não poderei lhe ensinar o Zen. Portanto, esteja receptivo, aberto, esvazie sua mente antes".
Outro grande mestre, o mestre dos mestres, Jesus Cristo, dizia: "A verdade vos libertará". No entanto, a verdade só liberta para os que estão prontos, abertos para saber a verdade.
O mesmo ocorre com a T.R.E: somente os pacientes que estão receptivos, prontos, para saber a causa de seus problemas, libertam-se dos bloqueios de seu passado.
Por conta disso que numa matéria de “Terapia de Vidas Passadas (T.V.P.)”, publicada em 26/03/2008 pela revista "ISTO É", esclareci que essa terapia não é indicada aos excessivamente céticos ou incrédulos em relação à regressão e à reencarnação, pois não vão se entregar a essa terapia. Caso Clínico: Por que o meu sonho não se concretiza? Homem de 32 anos, casado. Ele veio ao meu consultório querendo entender o porquê de não conseguir concretizar o seu sonho: ser um grande empreendedor. Antes, tinha um pequeno negócio com um sócio, mas resolveu encerrar a sociedade por conta desse sonho. Sentia (intuía) que deveria focar em grandes negócios, pois nunca acreditou em pequenos negócios. Seu objetivo, também, era gerar inúmeros empregos, dar dignidade às pessoas - acreditava na força do trabalho.
No entanto, com o passar do tempo, sua convicção, sua fé em suas ideias começaram a se abalar, pois não conseguia fechar um negócio sequer (trabalhava com exportação).
Chegava perto, mas não concretizava os negócios. E as dívidas também iam aumentando. Já tinha recebido propostas em montar pequenos negócios em sociedade, mas recusava, por conta de seu sonho.No entanto, por não estar dando certo os negócios, começou a questionar se não estava sendo muito idealista, sonhador. Desta forma, resolveu me procurar. Após passar por 4 sessões de regressão, na 5ª sessão, ele me relatou: "Estou vendo o meu falecido sogro. Eu o vejo numa fotografia em preto e branco (é comum nessa terapia, os espíritos desencarnados aparecerem, mostrando só o rosto ou o corpo inteiro).
Ele aparece, numa foto, como em vida, vestindo uma camisa xadrez e com uma barriga saliente. Era uma pessoa muito boa, generosa, eu gostava muito dele (paciente relata, chorando)". - Pergunte ao seu sogro (a comunicação com os espíritos desencarnados, dá-se em pensamento, de forma intuitiva) se teria algo a lhe dizer.
"Ele pede para eu falar com a minha esposa, filha dele, que está tudo bem com ele. Estou muito emocionado de vê-lo; há 15 anos que ele faleceu (fala, chorando).
Pede para que eu a tranquilize (sua esposa era muito ligada ao pai e até hoje sentia sua falta). Diz que está aprendendo muitas coisas boas no mundo espiritual.
Manda um recado para nós (é comum também, nessa terapia, um parente desencarnado dar um recado ao paciente, encorajando-o, orientando-o acerca de seus problemas), dizendo que o que estamos passando, situação financeira e profissional desfavorável, está chegando ao final. É para aguentar mais um pouco, que tudo irá se resolver (paciente relata, chorando muito)". - Pergunte ao seu sogro falecido se ele teria mais algum recado para passar aos seus familiares.
"Diz que o que tinha a me dizer já disse, e que não tem mais permissão para falar além do que foi falado (no plano espiritual existe uma hierarquia dos espíritos superiores, que orientam o desencarnado para não falar nada que possa prejudicar o encarnado em suas aprendizagens).
Eu o vejo nitidamente, flutuando, em pé, na minha frente (pausa). Agora, está se despedindo de mim, sorridente". Na 6ª e última sessão, o paciente me relatou: "Vejo uma luz branca, forte, é o meu mentor espiritual (embora só o veja como luz, a alma do paciente identifica, isto é, intui que essa luz é o seu mentor espiritual).
Fala que tenho que aprofundar mais a minha fé, deixar de lado as minhas dúvidas, me entregar mais na fé. Diz ainda, que tenho que exercitar a fé, sem arrogância, a fé de entrega, não deixando que o meu ego racional, lógico, se sobreponha.
Pede para não seguir o caminho que o meu ego indica, mas o que Deus vai colocar em minha vida. A partir do momento em que me entregar de coração, confiar na minha intuição, os caminhos vão se abrir.
Pede também para não controlar a vida, que devo soltar mais as coisas. Diz que essa é a verdadeira entrega, a verdadeira fé. Reitera que o principal objetivo em minha vida é fortalecer a minha fé, mas que já está sendo praticado por mim (em verdade, muitos pacientes vêm nessa terapia para fortalecer a fé nas forças invisíveis, seres espirituais e não para regredir, descobrir algo de seu passado)". - Pergunte ao seu mentor espiritual por que até agora não se concretizou o seu sonho como empreendedor.
"Fala que eu não estava ainda preparado para isso, pois como empreendedor iria encontrar muitos obstáculos e, para superá-las, é preciso ter a verdadeira fé.
Na verdade, até então, eu estava escutando mais o meu ego do que a minha intuição (sabemos que os grandes empresários confiam muito no seu feeling, em sua intuição).
Diz que as coisas vão vir gradativamente, proporcionais à minha entrega. Mas fala que estou no caminho certo. Ressalta, que é pelo caminho da fé que vai vir tudo, e que não tem outro caminho.
Fala também que eles me influenciaram (intuíram) para que eu largasse aquela sociedade. Diz que foi uma forma de apressar o meu amadurecimento espiritual.
Se não fosse dessa forma, eu iria me acomodar, e talvez nem na vida atual conseguisse transcender essa etapa de fortalecer a minha fé, que eu precisava passar.
Somente dessa forma consegui ultrapassar essa fase; caso contrário, permaneceria num círculo vicioso de várias encarnações e não conseguiria atingir o meu verdadeiro objetivo.
Fala ainda que tenho uma missão grande, na qual vou poder beneficiar muita gente, dando dignidade às pessoas, por meio do trabalho.
Esclarece, que o nosso tratamento está concluído, agradece ao senhor por ter sido um canal para que ele pudesse conversar comigo e me orientar a respeito de meu verdadeiro propósito de vida". Após o término do tratamento, o paciente me enviou um e-mail comentando que sua esposa lhe disse que ele estava mudado. Ela o lembrou que, antes da terapia, quando algo dava errado em sua vida ficava arrasado, bastante deprimido. Agora, estava transpondo às adversidades da vida de outra forma, ou seja, estava mais maduro, sereno, com mais fé e mais confiança.
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