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  • Foto do escritorOsvaldo Shimoda

Ficar sozinha: Escolha ou Falta de opção?

A última Pnad (IBGE) registrou crescimento no número de mulheres que moram sozinhas. Segundo o estudo, 12% (6,9 milhões) das casas pesquisadas são ocupadas apenas por uma moradora.

Coincidência ou não, tem aumentado também em meu consultório um número significativo de mulheres que moram sozinhas(separadas, divorciadas, viúvas e solteiras, que nunca se casaram, ou viveram a dois), e que vêm buscar na TRE(Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual, abordagem terapêutica criada por mim em 2006, a causa e resolução de seu vazio, angústia, solidão, frustração, decepção, causados pelo insucesso amoroso.

Muitas escolheram viver sozinhas por uma opção pessoal, por prezarem sua independência, não querer compartilhar com ninguém seu espaço físico; mas, a maioria, vive sozinha por falta de opção, por não conseguir encontrar um companheiro e constituir uma família.

O aumento no número de mulheres, morando sozinhas, certamente é um dos reflexos da maior independência das mulheres, uma grande conquista, um avanço na condição feminina; porém, para a grande parcela dessas mulheres em meu consultório com problemas afetivos, esse avanço não lhes assegurou maior felicidade e realização, por acreditarem ser "impossível"alcançar a felicidade vivendo sozinhas.

Não querem morar sozinhas e, sim, dividir suas moradias com um companheiro e filhos, ou apenas ter um companheiro como cúmplice para compartilhar amizade, carinho, respeito, sexo, etc.

O sentimento de fracasso por não ter um companheiro e /ou filhos é muito presente na vida dessas mulheres. Mas, creio que esse sentimento é agravado no Brasil porque muitas mulheres ainda acreditam que viver só, não é uma escolha, uma opção legítima da mulher.

Penso que essa visão preconceituosa, são resquícios do passado, do período colonial, onde uma mulher - casada ou não - que andasse sozinha, desacompanhada, era muito mal vista pela sociedade da época.

Mas, ainda hoje, uma mulher sozinha, principalmente depois de uma certa idade, é vista como uma "pária"(alguém que é excluído da sociedade), pois é tratada, muitas vezes, de forma jocosa, com brincadeiras, rotuladas de "solteirona", "titia", "coitada", "frustrada", "problemática", etc.

Assim, não é por acaso que elas cultivam a crença de que não é possível ser felizes sozinhas.


Caso Clínico:

Por que não consigo ter um marido e uma família ?

Mulher de 32 anos, solteira.


Paciente veio ao meu consultório, querendo entender seu insucesso amoroso. Sentia-se muito frustrada, solitária, e sofria pelo fato de aos 32 anos nunca ter namorado e não ter realizado o seu sonho de ter um marido e constituir uma família.

Apesar de se julgar uma pessoa boa, carinhosa, de valor, não conseguia entender por que nunca teve um namorado?

Quando se interessava por um homem, este lhe dizia que ela era uma boa pessoa, mas que não conseguia se interessar por ela. Sofria também de Síndrome do pânico (sua primeira crise de pânico ocorreu na adolescência, aos 16 anos).

Na época, não conseguia sair de casa, ficou um ano sem ir à escola, pois passava mal na sala de aula (tontura, ânsia de vômito, taquicardia, falta de ar, ansiedade, pavor, sensação de morte iminente, sudorese). Evitava aglomerações, como shows, shopping, cinema, etc.

Por fim, queria saber qual era o seu verdadeiro propósito de vida e seu principal aprendizado na vida atual?

Após passar pela 4a sessão de regressão, na 5a sessão, ela me relatou: "Vejo um jardim muito bonito, bem cuidado, muitas plantas, passarinhos, tem um caminho de pedras quadradas (paciente estava descrevendo o jardim do plano espiritual de luz). (pausa).

Vejo a minha cachorrinha, que faleceu há um mês atrás... ela vem ao meu encontro (fala emocionada). (pausa).

Chego no fim desse caminho de pedras, e vejo, agora, um campo muito vasto, montanhas baixas, bem longe...Vejo também crianças correndo, brincando no gramado, todas usam roupas brancas. Na frente tem um lago".

- Aproxime-se delas, veja quem são elas? - Peço à paciente.

“Eu não as conheço, mas elas me olham, sorrindo. Tem uma menina muito linda: é loirinha, cabelos cacheados, usa um vestido branco. Eu passo a mão no rosto dela. (pausa).

Vejo uma moça mais adiante, olhando e sorrindo. Ela observa a todos, é magra, alta, cabelos pretos, pele branca, deve ter uns 24 anos".

- Aproxime-se dessa moça para ver quem é? - Peço novamente à paciente.

"Ela segura as minhas mãos, é muito bonita, sinto que ela me ama, me quer muito bem...Tenho a impressão (paciente intui) que é a minha mentora espiritual. (pausa).

Estamos andando pelo jardim, de mãos dadas. Ela aponta para o lago, mostrando a beleza do lugar; sentamo-nos na grama, encosto a minha cabeça em seu ombro e, desta vez, ela aponta para o pôr-do-sol".

- Como você se sente? - Pergunto à paciente?

"Eu me sinto protegida, em paz, sinto que ela cuida de mim. Não sei por que, mas sinto como se ela fosse a minha irmã mais velha".

- Veja se vem mais algo?

"Tem um rapaz vindo em nossa direção. Ele é alto, loiro, usa roupa bege, uma calça que parece pijama, blusa de manga comprida, também bege. Ele está descalço, deve ter uns 30 anos.

Diz que me ama muito, ele me abraça...Ele está me sufocando, fica me pegando pelo braço, fala que me ama, que quer ficar comigo".

- Pergunte-lhe o que houve entre vocês no passado?

"Fala que fui sua mulher, numa vida passada, que não vai me deixar ser feliz com outro homem porque sou dele. Ele me segura pelo braço, mas não quero ficar com dele”. (fala angustiada).

- Pergunte o que ele quer de você?

"Diz que quer o meu amor, que está sempre comigo, que não vai deixar homem nenhum se aproximar de mim".

- Pergunte a esse ser espiritual se ele sabe que está te prejudicando?

"Ele chora, diz que não consegue ficar de longe de mim, me deixar...Falo que ele precisa me deixar viver para que possamos continuar as nossas vidas. Ele está dando às costas, sai chorando, caminha apressadamente.

Minha mentora espiritual me abraça, diz que vai cuidar dele para mim. Ela me assegura que vou conseguir ser feliz, pede para não me preocupar.

Ela sorri, está passando a mão em minha barriga e me revela que ele (o ser obsessor que foi seu marido na vida passada) vai vir como meu filho na vida atual. Mas lhe pergunto: - E o pai? Ela fala que não pode me revelar ainda, mas que na hora certa vou saber".

Antes de iniciarmos a 6ª e última sessão de regressão, a paciente me disse que, após ter feito a oração do perdão para aquele ser obsessor(no final da 5ª sessão, eu lhe entreguei essa oração), ele disse que iria deixá-la, não a atormentaria mais, e se despediu.

Nessa última sessão, ela me relatou: "Vejo-me novamente aquele jardim do plano espiritual, a minha mentora espiritual se aproxima de mim, me abraça e, em seguida, pede para nos sentarmos no gramado.

Diz que na vida terrena temos muitas turbulências, mas pede para não perder a fé, reitera que vou ser muito feliz, vou encontrar o meu caminho de luz. Pede também para ter paciência, esperar, que vai chegar a hora certa para ter a minha família".

- Pergunte-lhe como está aquele obsessor espiritual, seu marido da existência passada?

"Ela me mostra uma cena de ele, deitado numa maca, dormindo profundamente. Diz que ele está se preparando para reencarnar e vir como meu filho, conforme já havia me dito na sessão anterior.

Diz ainda, que ele deu muito trabalho para eles, mas que agora está na luz, com o coração limpo.

Fala que ora por mim todos os dias, que intercede por mim em meu trabalho, que vou chegar ainda muito longe na minha profissão. Revela que vou ter dois filhos e um marido que vai me fazer muito feliz".

- Pergunte-lhe por que até agora você não conseguiu realizar seu sonho de ter marido e filhos?

"Diz que é por dois motivos: Primeiro, foi por causa do ser obsessor espiritual; segundo, por ainda não estar preparada para ter uma família.

Por isso, tive que passar por esse sofrimento, tendo que ficar sozinha para aprender a dar valor às pessoas e para me aproximar de Deus, da espiritualidade, tendo fé.

Mas, fala que já aprendi, que sou uma boa pessoa, que tenho o dom da palavra para orientar às pessoas".

- Pergunte à sua mentora espiritual qual é o seu verdadeiro propósito de vida?

"Fala que é passar a importância da fé às pessoas, orientá-las no caminho da luz, serem felizes e ensiná-las a seguir o caminho do bem. Pede também para que passe todos esses valores para os meus futuros filhos".

- Pergunte-lhe qual é a sua principal lição na encarnação atual?

"É respeitar às diferenças, não julgar o próximo, e mostrar o caminho da luz àquele obsessor espiritual, como acabei fazendo.

Diz ainda, que a Síndrome do Pânico que desenvolvi aos 16 anos, foi esse obsessor espiritual que provocou para me prender, não me deixando sair de casa para arrumar um namorado.

Ele queria que eu ficasse sozinha, trancada em casa. Mas a minha mentora espiritual diz que fui mais forte, que não me entreguei, lutei contra essa doença e, obviamente, ela também me ajudou para que isso acontecesse.

Na verdade, diz que ele queria que eu me isolasse de todos para que ficasse só com ele. Ela agora está se despedindo, me abraça, fala que vai estar sempre comigo, pede para agradecer ao senhor a oportunidade que teve para me orientar, através dessa terapia. Diz que o seu nome é Sabrina...Ela está indo embora".

Ao encerrarmos o tratamento, a paciente me disse, após ter compreendido o porquê do fracasso amoroso, estava se sentindo mais leve como se tivesse tirado um peso enorme das costas(não é por acaso, que a sabedoria popular chama a obsessão espiritual de "encosto", pois literalmente o ser espiritual obsessor fica encostado, grudado no campo de energia do paciente).

Ela me disse ainda, que a amargura, a angústia e a ansiedade que estava sentindo, haviam desaparecido. Por fim, sentia-se mais confiante para enfrentar os problemas inerentes do dia-a-dia.





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