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  • Foto do escritorOsvaldo Shimoda

Conhece-te a ti mesmo

Quando era estudante do ensino médio, a professora de filosofia escolheu como tema de prova a máxima de Sócrates (filósofo grego que viveu no séc.V a.C.) "Conhece-te a ti mesmo" e pediu para que os alunos explicassem o que cada um entendia sobre o tema.


No início, achei "fácil” a prova, acreditava que iria me sair bem. Todavia, no decorrer da prova me deu um bloqueio, não conseguia escrever nada, a ponto de entregá-la em branco.


Tomei um zero, pois não consegui escrever absolutamente nada. Já se passaram mais de 5 décadas e aqui estou novamente diante desse tema.


Obviamente, hoje, eu me sinto mais maduro, mais experiente diante da vida, porém, ainda me questiono se realmente me conheço verdadeiramente.


Jung, discípulo dileto de Freud, dizia que "o consciente é uma pequena ilha localizada no mar imenso do inconsciente". Ele estava certíssimo, pois somos muito mais inconscientes do que conscientes. Mas por quê?


Por causa do "véu do esquecimento" do passado (termo empregado por Kardec, o codificador do Espiritismo) - barreira da memória que nos tornam amnésicos, nesta vida terrena, portanto, inconscientes, e que nos impedem de acessarmos os registros de memória das encarnações passadas, bem como do plano espiritual de onde viemos antes de encarnarmos.


Se de um lado o "véu do esquecimento" do passado é um véu de proteção, preserva a nossa integridade psicológica e emocional (impede-nos de lembrar as atrocidades que cometemos nas existências anteriores), do outro lado, nos tornam também ignorantes, inconscientes a nosso respeito e em relação à vida.


Voltando à máxima "Conhece-te a ti mesmo"(a frase é de autoria desconhecida, pois já estava escrita no templo de Delfos) onde Sócrates recomendava aos seus discípulos, hoje tenho plena convicção de que esse grande pensador grego, por acreditar na tese da reencarnação , sabia da existência desse véu do passado, que nos impedem de nos conhecermos melhor.


Por isso, a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual (ser desencarnado de elevada evolução espiritual, responsável diretamente pelo nosso crescimento espiritual) -


Abordagem psicológica e espiritual breve, criada por mim em 2006, como uma terapia de autoconhecimento e cura, busca descortinar "o véu do esquecimento" do paciente.


Mas é importante ressaltar que, nessa terapia, é sempre o mentor espiritual de cada paciente que irá decidir se descortina ou não esse véu para que ele possa se libertar dos bloqueios, traumas de seu passado - desta ou de outras vidas.


Quero esclarecer também ao leitor, que o processo de autoconhecimento é feito de 3 passos: o 2º passo é o paciente não ter vergonha do que vai descobrir nas sessões de regressão a seu respeito; o 3º passo é a coragem. E o 1º passo?


Certamente é a humildade, pois uma pessoa orgulhosa não é capaz de olhar para si mesma.


Não foi por acaso que o grande mestre de Galiléia, Jesus, dizia: "Bem aventurados os pobres de espírito porque deles será o Reino dos Céus".


A expressão "pobres de espíritos", ele estava se referindo aos "não orgulhosos de espírito", isto é, aos humildes. Assim, somente os humildes verão a Deus.


Da mesma forma, nessa terapia, a TRE, o paciente precisa estar disposto a seguir esses 3 passos, principalmente, o quesito humildade para se conhecer melhor e, com isso, libertar-se das amarras de seu passado (bloqueios emocionais e espirituais).

Caso Clínico:

Vazio e insatisfação

Homem de 29 anos, solteiro.


O paciente veio ao meu consultório, por sentir desde a adolescência um grande vazio e insatisfação. Segundo ele, o vazio e insatisfação não se justificavam, pois vinha de uma família bem estruturada, amorosa, que lhe deu uma boa educação, limites e uma condição socioeconômica muito boa.


Chegou a passar por uma psicoterapia de enfoque tradicional, porém, não teve paciência por ser um tratamento muito demorado. Veio a essa terapia, a TRE, para entender também por que tinha um temperamento explosivo, impulsivo que chegava a machucar seus entes queridos com palavras. Tinha também vontade de agredir fisicamente às pessoas no trânsito quando era fechado, ou mesmo em seu trabalho, quando discutia com um colega.


Era, portanto, muito nervoso, "pavio curto", autoritário, briguento, queria impor suas ideias, julgava muito às pessoas, condenando-as.


Por fim, queria entender por que tinha sonhos recorrentes de conteúdos violentos, com armas de fogo, assassinatos.


Após passar por 4 sessões de regressão, na 5ª sessão, ele me relatou: "Vejo o rosto de um bebê.


Ele está de olhos fechados, como se tivesse dormindo".


- Você conhece esse bebê? - Pergunto ao paciente.


"Não o conheço, mas sinto algo frio, encostando no meu ombro direito (ele estava sentindo a presença desse bebê, um ser espiritual das trevas).


Acho que esse bebê foi a criança que ajudei a abortar (paciente me relatou que ajudou a namorada de um amigo, emprestando-lhe dinheiro para ela fazer um aborto).


Ele fala que eu não podia me intrometer. Falo que só queria ajudar o meu amigo, mas ele repete várias vezes que eu não podia me intrometer. Tenho a impressão que ele não quer me machucar, mas, me dar uma lição. (pausa).


Agora, sinto como se o senhor tivesse acendido a luz aqui no consultório, pois o ambiente está muito claro...Vejo um ser de luz, é uma mulher. Ela fala que é a minha mentora espiritual. Diz que preciso ficar atento aos fatos da vida, a não me intrometer nos problemas alheios, pois não tenho direito de interferir na vida dos outros.


Esclarece, que posso ajudar às pessoas, mas sem interferir em suas decisões, pois ao ter emprestado o dinheiro ao meu amigo para sua namorada fazer aborto, tomei o problema deles para mim. Ela pede também para eu parar de ser materialista e prestar mais atenção no que sinto, em minha intuição.


Diz ainda, que já fiz coisas ruins em vidas passadas. Ela me mostra um campo de batalha com muita gente. É um campo militar, fogueira, época medieval, soldados com capacetes, armaduras, mas, faz questão de afirmar que isso é passado.


Revela, que ela me acompanha na vida atual, desde a minha infância, e que embora não a veja, eu a sinto, mas tenho que escutá-la mais; para isso, preciso prestar atenção em minha intuição, pois é através dela que a minha mentora espiritual se comunica comigo. Sinto o calor que ela emana, passa muita paz, tranquilidade e confiança".


Na 6ª e última sessão, o paciente me relatou: "Sinto cheiro de lavanda...Acho que é o odor de minha mentora espiritual. Ela ri e me fala que sabe que eu quero vê-la, que sou muito curioso. Ela usa uma túnica branca com detalhes dourados que vai até os seus pés, embora não consigo ver o seu rosto.


Mas continuo sentindo o cheiro de lavanda. Ela ri novamente e fala que é por isso que sempre gostei desse cheiro. É agradável, ele vai e volta...Agora, consigo ver o seu rosto. Ela tem pele bem branca, cabelos claros...Ela chega bem perto de mim e me abraça. Sinto o seu abraço (paciente fala emocionado).


Ela passa muita paz, tranquilidade, alegria, sensação muito boa. Sinto o meu corpo bem leve, vejo à minha frente bem clara, como se o senhor tivesse ligado a luz aqui no consultório (paciente estava vendo a luz que sua mentora espiritual irradiava na sala de meu consultório que estava escuro, na penumbra).


Ela me fala que o vazio, a insatisfação que sinto é porque me afastei do caminho da espiritualidade; com isso, a minha alma cobra, fica insatisfeita. Esclarece também que quando estou num caminho que não é correto, que não é o caminho de Cristo, sinto tristeza, vazio.

Afirma que a minha alma sabe quando estou fazendo algo errado, que tenho essa consciência". (pausa).


- Pergunte à sua mentora espiritual como está aquele bebê abortado?


"Diz que eu tenho que continuar orando, fazendo a oração do perdão para ele. Mas me assegura que no tempo certo ele vai ficar bem, irá para a luz".


- Pergunte-lhe de onde vem o seu lado explosivo, temperamental?


"Diz que isso é um mau hábito que trago de encarnações passadas. Pede para me esforçar em combater esse meu lado explosivo, pois se não fizer isso, coisas ruins podem acontecer comigo. (pausa).


Sinto, agora, que ela pega na minha mão, carinhosamente. Vejo o seu nariz, é bem delicado e fino, e seus olhos são claros. Ela aparenta ter entre 35 a 40 anos".


- Pergunte-lhe por que você tem sonhos violentos recorrentes? - Peço ao paciente.


"Ela diz que em vidas passadas, eu não a escutava, e acabei fazendo coisas erradas; por isso, ainda trago traços de personalidade violentos e autoritários na vida presente. Ela me mostra uma cena de uma vida passada...Vejo o corpo de um homem ensanguentado, estendido num piso de madeira. Ela fala que fui eu que fiz isso.


Mas afirma que isso é coisa do passado, que não é isso que ela espera de mim. Afirma ainda que agora estou no caminho certo, pois tenho mais consciência das escolhas, que na vida atual, eu acerto ou erro com mais consciência.


Diz que vitória ou derrota são dois lados de uma mesma moeda, que não posso deixar nunca o meu ego me derrotar ou me enaltecer. Sentir-me derrotado ou enaltecido pelas vitórias são coisas do ego. Por isso, ela me pede humildade, mas sem ser subserviente, abaixar a cabeça.


Afirma que esse vazio que sinto é a falta de contato com a espiritualidade, que não vou conseguir preencher esse vazio com ninguém, pois isso é uma conquista interior, que é a paz interior. Fala que isso é Deus. Pede para sempre orar, pedindo perdão para quem fiz mal no passado. Diz que por conta desse vazio, isso me fez entregar em hábitos ruins na vida atual, ou seja, em bebidas e cigarros.


Diz ainda, que essa terapia, a TRE, vai me ajudar a manter o equilíbrio e a crer mais nela, que os bons pensamentos, que às vezes vêm em minha mente, vem dela, de suas orientações. Ela me abraça, agora, carinhosamente".


- Pergunte à sua mentora espiritual se foi ela que lhe intuiu a vir a essa terapia?


"Diz que sim, porque eu estava preparado para ela me mostrar o que precisava saber, pois eu iria entender. (pausa).


Sei que o meu corpo está deitado aqui no divã, ouço a minha voz falando com o senhor, mas ao mesmo tempo tenho a sensação que estou em outro lugar, num jardim, gramado bem vasto com flores (paciente estava descrevendo o plano espiritual de luz).


A minha mentora espiritual diz que essa sensação é real, que não é fantasia, imaginação de minha mente. Diz que sempre que eu precisar perguntar para ela alguma dúvida sobre minha vida posso fazer isso porque consigo escutá-la, pois agora acredito nela.


Ela está se despedindo, agradece ao senhor pela oportunidade que teve - através dessa terapia - de me orientar".


Após o tratamento, o paciente me encaminhou um e-mail dizendo que estava vendo a vida de outra forma, estava mais sereno, mais calmo, tendo mais paciência, e que apesar de morar sozinho, não estava mais sentindo aquele vazio, buraco no peito, vontade de chorar e depressão.


Disse também que continuava a conversar com sua mentora espiritual, recebendo suas orientações. Agora dirigia no trânsito sem pressa, estava se relacionando melhor com as pessoas, sem julgá-las, pois antes era de retrucar, brigar.Segundo o paciente, isso melhorou bastante, pois estava respeitando mais a opinião de cada um.




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