“O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio individuo. São doentes de alma”. - Allan Kardec
Segundo Allan Kardec, no livro” A gênese”, item 45, “Chama-se obsessão a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um individuo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”.
Os leitores de meus artigos, em meu site, devem ter percebido que abordo com frequência o assunto obsessão espiritual. Mas por quê?
95% de meus pacientes, são assediados por espíritos obsessores – inimigos ocultos de seu passado – e, apenas 5% não apresentam nenhuma influência espiritual, como causa de seus problemas. Ou seja, a causa é puramente endógena (interna), de ordem psicológica e emocional.
O índice de 95% dos pacientes acometidos por uma influência espiritual obsessora, explica o motivo de estar abordando esse assunto com mais frequência, pois, o assunto requer um maior aprofundamento, para uma melhor compreensão.
Desta forma, a obsessão espiritual é algo muito sério e merece atenção, pois esse mal aflige muitas pessoas, gerando inúmeros problemas psíquicos, psicossomáticos, orgânicos – são aquelas doenças cuja causa não é diagnosticada pela medicina oficial – e de relacionamento interpessoal (os espíritos obsessores tumultuam a vida dos obsediados, gerando conflitos com seus familiares, cônjuges, amigos, colegas de trabalho, etc.).
Mas, o pior de tudo, é que a maioria de meus pacientes, portadores de transtorno espirítico, não percebem que estão sendo prejudicados por essas influências espirituais, pois eles se aproveitam de sua invisibilidade, enquanto espíritos desencarnados, habitantes das trevas.
Não obstante, é fundamental esclarecer que, no estudo das obsessões espirituais, o fenômeno não se reduz apenas à perturbação de desencarnados sobre os encarnados, como muitos creem. Vai muito mais além.
Existem também, as ações de desencarnados sobre desencarnados; de encarnados sobre desencarnados; de encarnados sobre encarnados, e a auto obsessão.
É comum nas sessões de regressão, o paciente recordar que, numa vida passada, após sua morte física, precisou fugir de seu obsessor espiritual, mesmo na condição de espírito desencarnado.
Outra paciente, veio a recordar, na regressão, que, ao dormir, em sono, à noite, desdobrada, em espírito, ia atrás de seu desafeto do passado – um espírito desencarnado, que estava nas trevas - para prejudicá-lo (queria ajustar contas, vingar-se do mal que este lhe causou numa vida passada).
Já a obsessão de encarnado para encarnado, em todas as relações humanas, é muito mais comum do que muitos imaginam. Brigas constantes entre cônjuges, pais e filhos, entre irmãos, sócios, colegas de trabalho e chefia, entre outros, podem caracterizar uma obsessão recíproca, ou seja, ambos os envolvidos são obsessores um do outro.
Como exemplo de uma obsessão recíproca, uma paciente, ao passar por algumas sessões de regressão, descobriu o porquê de seu ódio pela sua sogra. Ambas, em várias encarnações, alternavam os papéis de obsessor e obsediado e, agora, na vida atual, as duas vieram como encarnadas.
Sugeri que a paciente fizesse a oração do perdão para sua sogra a fim de se reconciliar com ela. Caiu em prantos. Após se recompor, perguntei-lhe o porquê do choro?
Ela me respondeu, dizendo que o seu ódio pela sogra a impedia de fazer essa oração. Disse-me também, que percebia no olhar da sogra o mesmo ódio que ela nutria. Portanto, a obsessão era recíproca, de ambas as partes.
Desta forma, a obsessão é sempre causada pelas imperfeições humanas e, a maior das causas, é a falta do perdão, que pode gerar até séculos de sofrimento, como é o caso dessa paciente mencionada acima.
No entanto, tão grave quanto à obsessão provocada por influências espirituais externas, é a auto-obsessão.
A grande maioria de meus pacientes, que sofrem de auto-obsessão - obsessores de si mesmos, portanto, doentes da alma -, preferem jogar toda a culpa de seus problemas e aflições aos Espíritos, não assumindo a responsabilidade que são eles próprios a causar seus problemas.
A auto-obsessão é um distúrbio psíquico desencadeado pela mente doentia do próprio enfermo, que gera um estado permanente de desequilíbrio emocional, tais como: constante impaciência, irritação frequente, mágoa prolongada, inveja, ciúme patológico, egocentrismo acentuado, medos excessivos, aberrações sexuais, comportamentos obsessivo-compulsivo, e outros comportamentos desajustados.
Entretanto, é importante salientar, que a auto-obsessão pode abrir uma brecha para que os espíritos obsessores inimigos se aproveitem dessas imperfeições do paciente para então obsediá-lo gerando, por exemplo, a síndrome do pânico e outros transtornos psíquicos, como a depressão, doenças orgânicas e diversos comportamentos patológicos.
Esses pacientes percorrem os consultório médicos em busca de um diagnóstico, nem sempre identificado corretamente pelos médicos, pelo fato da auto-obsessão ser uma doença da alma, portanto, mais difícil de ser detectada.
Nas doenças da alma, as terapias medicamentosas não são eficazes, pois são resultados da própria imaturidade psicológica e espiritual do enfermo, que cultiva com frequência a inveja, ciúme, inferioridade, egoísmo, orgulho, ira, medos, insegurança, desconfiança, etc.
São pacientes muito voltados para si mesmos, preocupados excessivamente com doenças (hipocondríacos), que sofrem por antecipação (preocupados excessivamente), dramatizam os fatos do cotidiano, cultivando o coitadismo (sentimentos de autopiedade, pena de si mesmos); são vítimas de si próprios, atormentados por si mesmos, pelos seus pensamentos doentios.
Na qualidade de enfermos da alma, facilmente se descontrolam, com explosões de ira no trabalho, em casa ou no trânsito. Na auto-obsessão, esses pacientes são prisioneiros de seus próprios pensamentos negativos e destrutivos, que os aprisionam. Muitos deles, são um poço de culpa e remorso, oriundos, de erros cometidos em suas existências passadas.
Caso Clínico: Crises constantes de tosse. Homem de 40 anos, casado.
Veio ao meu consultório, querendo saber por que não conseguia se curar das crises de tosses constantes e recorrentes (era acometido por essas crises, pelo menos três vezes ao ano).
Eram tosses secas, desencadeadas, sempre, após um resfriado; suas crises de tosses já chegaram a durar até três meses. Fez todos os exames médicos necessários para saber a causa, porém, não acusaram nenhuma alteração, anomalia clínica.
Queria entender também, o porquê de sua vida profissional não fluir, não ter sucesso, embora tivesse tudo para dar certo.
Ao regredir, ele me relatou uma vida passada: “Vejo uma mulher bonita, cabelos presos, de uma época antiga. Deve ter uns 35 anos, usa um vestido azulado (pausa).
Agora, vem a imagem de um homem galopando. O cavalo usa uma máscara com abertura nos olhos. O homem carrega uma bandeira (flâmula) azul com inscrições em latim... Essa mulher está correndo desse homem, que a persegue”.
- Quem é esse homem? - Pergunto ao paciente.
“Sou eu nessa vida passada... Essa mulher cai e estou agora em cima dela, e ela se debate no chão... Eu bato nela, a espanco, e, em seguida, a estupro. Eu bato muito nela para ficar quieta. Termino e saio dando risada.
Eu me vejo com cabelos compridos, sou soldado de um exército medieval. Meus dentes são horríveis, podres, meu rosto é desprezível! Estou feliz, satisfeito pelo estupro. Dou às costas, eu a largo ali, subo no cavalo, e vou embora. Sigo pelo campo.
Vejo, agora, uma casa, um homem está sentado numa poltrona, escrevendo, numa mesa. Eu o vejo por trás da poltrona, onde ele está sentado. Eu o enforco e, em seguida, quebro o seu pescoço”.
- Por que você fez isso? – Pergunto-lhe.
“Mandaram matá-lo. Ele não fez nada para mim, foi alguém importante do governo, que tinha poder de mandar matar e comandava vários soldados.
Eu obedecia às ordens dele. Matei-o com muita frieza. Peguei o seu pescoço por trás, e o quebrei, virando-o (pausa).
Agora, estou escutando alguém me dizer que eu não devia ter feito isso...Vejo aqui no consultório, em espírito, esse homem que quebrei o pescoço, e aquela mulher que estuprei.
Acho que aquele homem que matei era o esposo dessa mulher. Em pensamento (intuo) eles me dizem que eu não devia ter feito aquilo, mas que preciso me perdoar pelo que fiz naquela vida passada.
Tenho a impressão, que eles são muito evoluídos espiritualmente para não me obsidiarem, pois não guardaram rancor, eles me perdoaram. Na verdade, eles vieram para me ajudar”.
- Pergunte-lhes de onde vêm essas crises constantes de tosse? - Peço ao paciente.
“Dizem que essas tosses constantes, são como uma chaga, nem o tempo cura. A chaga me sufoca, pois é o peso de minha culpa e angústia. A minha alma sabe que errei, quando os prejudiquei naquela existência passada. A gente pode esquecer a história do passado, mas, a marca do que fizemos fica registrada em nosso perispírito (corpo espiritual).
Por mais que eu esqueça a história de meu passado pelo “véu do esquecimento”, o que fiz fica registrado na minha alma e não basta reencarnar para apagar essa marca.
Eu sofro como se eu mesmo me obsidiasse. Eles dizem que, no meu caso, não existe um obsessor externo, mas, sou eu mesmo que me auto-obsedio (pausa).
Agora, estou vendo, junto deles, uma outra mulher. Ela tem um rosto branco e lábios vermelhos. Sinto que ela tem um respeito e amor muito grande por mim... É como se ela soubesse tudo o que vai acontecer na minha vida.
Sinto que ela é a minha mentora espiritual (entidade desencarnada responsável pela nossa evolução espiritual).
Ela sorri para mim e explica que sou alérgico e, portanto, suscetível às crises de tosses. A minha alma, por conta dos erros que cometi naquela vida passada, ela se autopune - aproveitando-se das crises alérgicas de tosse, ela agrava esse mal-estar físico (tosses constantes). Uso como um “chicote” as tosses constantes para me autopunir.
A autopunição baixa a minha imunidade, e me deixa mais suscetível à reação alérgica, que já tenho facilidade para adquirir. Ser alérgico é a porta que o meu corpo abriu em função do que fiz naquela existência passada.
A minha mentora me diz que preciso me fortalecer espiritual e emocionalmente, orando e me perdoando. E que a cura de minha alma irá fortalecer meu sistema imunológico. Ressalta a necessidade de me comunicar mais com o mundo espiritual.
Pede para que a minha busca espiritual seja menos racional (ego) e mais com o coração (alma). Diz que estará sempre ao meu lado, e que ao buscar esse tratamento – a T.R.E. (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual, eu dei um grande passo, fechando-se um ciclo, e que vou ser vitorioso na busca de minha cura.
Agradece ao senhor, como terapeuta, por ter aberto o canal de comunicação entre nós, e diz que preciso primeiro organizar a minha alma, o meu espírito, para que eu não atrapalhe a eficiência da cura médica, e que o meu auto perdão é necessário, e deve ser praticado diariamente.
Fala ainda, que me saboto, por conta dessa culpa que carrego, e que o sucesso não pode vir para quem não se perdoa, pois me sinto indigno do reconhecimento profissional, por conta desses erros cometidos.
Diz que sou amado e amparado pela espiritualidade, pede para não esquecer que sou assessorado por ela, nesse processo de cura. Fala ainda, que se eu achar que irei sozinho apagar essa chaga, vou me desesperar.
Por isso, reafirma, finalizando, que serei ajudado a apagar essa chaga de meu passado, perdoando-me.
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